Maternidade e Carreira
Será mesmo que uma coisa atrapalha a outra? 🧐
De longe, passar por uma transição de carreira aos 30+ foi um desafio e tanto, até descobrir que estava grávida.
Confesso que foi algo que pensei muito como seria e tive medo sim, pois, mesmo após migração precisamos continuar estudando e estudando, além de nos provar todo dia ser capazes de fazer aquilo que escolhemos para nossa carreira. Concordam, mulheres pretas? ✊🏾
Sem o meu parceiro de vida, isso não seria possível! Posso dizer que rede de apoio e participação ativa da pessoa companheira é um luxo para poucas mulheres.
Logo quando descobri a gestação não quis abrir para o mundo, porém, o turbilhão de hormônios já estavam a todo vapor em mim. Minha emoções hoje são mais sensíveis do que o normal.
Passei por machismo. Não é raro e acontece!
Normalmente uma mulher já possui a sua capacidade profissional posta a prova. Uma mulher preta 10x mais. Mas e quando a mulher engravida?
É lamentável que algumas pessoas ainda não conseguem entender que sim, é um momento delicado, porém também se trata de um dos momentos onde mais queremos dar o máximo de nós mesmas.
Pode acontecer de o melhor de um dia não ser o do outro e é aquele velho clichê: Tá tudo bem!
Seria tão bom que todas as pessoas tivessem a sensibilidade de entender que dentro de nós está crescendo uma nova vida, uma pessoa e o quanto isso nos demanda.
Por vezes me peguei questionando a minha capacidade, se eu havia feito a melhor escolha para a minha carreira, me senti burra. Duvidei real de tudo que já construí.
O que segurou a minha sanidade, além de companheirismo do meu marido e das minhas amizades sinceras, foram os feedbacks que recebi. Nem sempre é sobre exclusivamente Design. É sobre representatividade, é sobre ser quem vc é, é sobre nem saber que faz a diferença na vida das pessoas. É sobre saber que você está no caminho certo, mesmo que às vezes tentem fazer vc esquecer disso. 💜✊🏾
Isso também vale para empresas 🥰:
Nasce um backlog e uma UX Designer Expert
Ou não tão expert assim, em pesquisa de bebês e maternidade.
Checklists, listas do que fazer, pesquisas, priorização… Posso dizer que é um resumo do que a gente se torna dentro desse período tão imprevisível e delicioso. Estar tudo pronto para que essa nova vida chegue da melhor forma possível e que você possa estar pronta para receber esse ser (não que a gente vá estar 🤡).
Gente, é muita coisa! Sério! 🥲
Quando eu paro e olho tudo que já está sendo construído dentro e fora de mim, é extremamente gratificante. Vale dizer que não é uma receita de bolo e todo dia vamos aprender algo novo, uma nova forma de solucionar um problema, bem como no UX Design.
Todo dia é uma pesquisa nova:
- Qual melhor fralda?
- Qual a quantidade de fralda?
- Será que esse tamanho dá?
- E a amamentação?
- Bico e madeira, será?
- Normal ou cesária?
Entretanto, nem todas as leituras e Desk Researchrs possíveis se comparam a uma Pesquisa de Campo. Estar com outras mulheres vivendo esse mesmo momento é tão enriquecedor e fortalecedor do que todos os artigos que você possa ler. Inclusive, recomendo forte!
Eu entendi que cada fase da gravidez e cada desafio que nos é mostrado com as semanas se passando, pode ser tranquilamente lida como um Double Diamond! 😅
Contudo, bem como do UX Design e mais uma vez reforço, não há uma receita de bolo, tudo será como melhor couber para você, para a criança, para a família, mas principalmente entre vocês, mãe e bebê. Confesso que antes de estudar e conhecer mais a fundo sobre esse universo que é a maternidade eu tinha muitas crenças diferentes do que possuo hoje. Nada como obter conhecimento sobre o que se está vindo de novo.
Engraçado, no UX Design é a mesma coisa! 😅
Eu seria hipócrita em dizer que estamos num mundo ideal para mães e mulheres, seja qual for a profissão, mas posso arriscar dizer que as coisas tem mudado bastante. Vejo empresas que não nos segregam por estarmos grávidas e que continuam nos tratando da melhor forma possível para que seja um momento único e tranquilo. É raro, mas acontece! O mesmo vale para mães com suas crianças.
Infelizmente também vemos muitas demissões pós licença. Eu ainda não passei pelo puerpério (pode render um novo artigo esse momento 🧐), mas imagino ser uma barra daquelas, principalmente para que não tem rede de apoio e a única coisa que se tinha, era o emprego.
Meu desejo é que possamos mudar isso, um grãozinho todo dia e que num futuro não tão longe, possamos ser livres para as nossas escolhas, enquanto mulheres e profissionais. 💜